A tensão sobre a oposição ao governo no Congresso Nacional ficou ainda mais intensa após os maiores representantes do Partido Liberal (PL) serem alvo de investigações da Polícia Federal (PF).
Nesta quinta-feira (8/2), a PF deflagrou operação para apurar tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
A operação ocorre semanas após a PF mirar outros dois nomes ligados ao partido. Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, foi alvo de mandado de busca e apreensão na operação que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) teve endereços investigados por agentes da PF na operação que apura esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão liderado por Ramagem durante o governo Bolsonaro.
Somado a esses parlamentares do PL, outro nome ligado ao ex-presidente foi alvo de diligências da PF: o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado no inquérito sobre a Abin. O político tem se aproximado do PL. Ele foi convidado por Valdemar para chefiar o diretório da sigla no Rio de Janeiro e coordenar as eleições municipais no estado neste ano.
Com líderes importantes na mira da PF, a oposição tem enfrentado um momento crítico. Parlamentares defendem a narrativa de que estão sendo persseguidos pelo o judiciário- especialmente pelo o Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos inquéritos que autorizaram as investigações.
Ao longo de quinta-feira, data da operação contra Bolsonaro, o primeiro líder do PL a se pronunciar publicamente foi Carlos Portinho (PL-RJ), que lidera a sigla no Senado Federal. Ele afirmou que o inquérito “acua, persegue, silencia e aplaca a oposição”. O líder do partido na Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), não fez pronunciamentos públicos sobre o caso.
Conforme argumentou Marinho, “o que era excepcional está sendo banalizado”. “O princípio do juízo natural, da imparcialidade, da impessoalidade, o devido processo legal está sendo deixado de lado em nome da defesa da democracia, e isso fragiliza a democracia brasileira”, avaliou.
“Não é possível nós assistirmos a uma investigação em que claramente aquele que é a pretensa vítima dessa ação é quem conduz o inquérito. Não é possível imaginarmos que há imparcialidade neste processo”, ressaltou Marinho, em referência a Moraes.
Operação Tempus Veritatis
Investigações da Polícia Federal apontam que políticos e militares se aliaram para uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O objetivo, segundo as apurações, era manter Bolsonaro no poder e colocar em dúvida o resultado das eleições de 2022.
No fim da tarde, parlamentares de oposição fizeram coletiva de imprensa no Senado Federal sobre o caso. Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa Alta, alegou que as recentes operações autorizadas por Moraes visa enfraquecer a oposição.
Fonte/Créditos: Metropoles
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